Policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise/SIG) de São Bernardo do Campo apreenderam um helicóptero dentro de uma oficina no bairro do Jardim Fazenda Rincão, na última quarta-feira, por suspeitarem de sua utilização no transporte de entorpecentes. Três pilotos foram presos depois que a perícia localizou vestígios de cocaína em toda a aeronave. Agora os investigadores também apuram a possibilidade de que o verdadeiro dono desse helicóptero seja Felipe Ramos Moraes e não o comerciante cujo nome aparece registrado oficialmente. Felipe foi quem transportou Gegê do Mangue (um chefão do tráfico), integrante do PCC, para o local da emboscada onde ele foi executado, no Nordeste, em fevereiro passado.
Segundo o delegado Aldo Galiano, da Seccional de São Bernardo, Felipe, que começou a vida como piloto, acabou integrando a alta cúpula do PCC. Por ser pessoa importante na hierarquia, acabou atraindo Gegê do Mangue para a reserva indígena de Aquiraz, onde ele foi morto. Com este helicóptero que pode ter transportado a vítima, Felipe estaria cuidando das rotas do tráfico entre Brasil, Paraguai e Bolívia.
Dentre os pilotos presos, um deles já era conhecido da Polícia. Rogério Almeida Antunes havia sido flagrado e preso também em 2013, no Espírito Santo, com mais de 400 kg de cocaína em um helicóptero da empresa do então deputado estadual de Minas Gerais Gustavo Perrela (SD). Na época, cinco pessoas foram condenadas por tráfico de drogas. A Polícia solicitou a quebra de sigilo telefônico dos celulares encontrados com os pilotos e ainda investiga o histórico dois outros dois detidos.
Segundo o delegado Aldo Galiano, o helicóptero vinha sendo investigado desde janeiro deste ano por suspeita de uso para o transporte de drogas. Foram achados vários vestígios de cocaína no interior da aeronave. Segundo a polícia, o helicóptero voou mais de 56 horas sem plano de voo, ou seja, sem que a Aeronáutica fosse avisada, o que para a polícia indica envolvimento com atividade ilícita. O delegado também contou que o helicóptero, que foi levado para o hangar da Polícia Civil, está com marcas na parte dianteira que indicam que ele vinha voando baixo, “rente ao solo, a cento e poucos metros do solo”, para evitar que fosse localizado por radares.