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Fanfarra Municipal de Arujá é resgatada e mobiliza crianças e adolescentes

A Fanfarra Municipal de Arujá está de volta e mais viva do que nunca. O projeto, que desde fevereiro ganhou status oficial por meio da Secretaria de Cultura, reúne atualmente 53 integrantes no polo principal, instalado no Clube União, e mais 15 alunos em formação no CCA Barreto. À frente do trabalho estão o maestro Ulisses Pedroso e o coreógrafo Fábio Almeida, responsáveis por transformar uma ideia pontual em um movimento cultural cheio de ritmo, propósito e inclusão. (Veja matéria completa em nosso site)

Tudo começou em 2023, com um projeto idealizado por Ulisses para o Desfile Ecológico da cidade. A proposta, inicialmente voltada apenas para a Escola Municipal Zilda Arns, era formar uma “Fanfarra Ecológica” que se apresentaria uma única vez. O resultado, no entanto, superou todas as expectativas. O envolvimento e entusiasmo das crianças foi tão grande que a então diretora da escola, professora Renata, insistiu para que os ensaios continuassem. Com apoio da direção, os encontros seguiram dentro da escola — mas logo outras crianças de diferentes unidades queriam participar.

“Na época, ainda não tínhamos estrutura para expandir”, relembra Ulisses. “Foi quando entrou o secretário Rogério da Padaria, que já conhecia o nosso trabalho e disse: ‘Vamos transformar isso em Fanfarra Municipal’.”

Com o apoio da Secretaria de Cultura, o projeto ganhou força, espaço e reconhecimento. “Já tínhamos o resgate da Banda Sinfônica, iniciado pelo maestro Henri Leite, e faltava o outro filho, que era a fanfarra. Chamei o Fábio, que já era meu parceiro na Fanfarra Ecológica, e ele aceitou continuar como instrutor do nosso corpo coreográfico. De lá pra cá, o trabalho só cresceu”, conta Ulisses.

Hoje, as aulas acontecem em um ambiente amplo e seguro, com sala para guardar os equipamentos e uniformes — um detalhe importante, já que, como Ulisses lembra, “quando não há um local adequado, os instrumentos acabam se danificando”.

Às terças e sextas-feiras, os alunos têm aulas separadas de teoria musical e musicalização. Depois, são feitos testes práticos para verificar o desempenho com os instrumentos. Aos sábados, todos os grupos — instrumentistas e corpo coreográfico — treinam juntos, preparando-se para futuras competições. O ensaio vai das 13h00 às 17h00, e o apoio das famílias tem sido fundamental: Paulão e Greice, pais de dois alunos da fanfarra, se encarregam voluntariamente de preparar o almoço dos músicos e das meninas da coreografia aos sábados, garantindo energia e acolhimento para todos.

O entusiasmo é visível tanto entre os instrutores quanto entre os alunos. “Trabalhamos com meninas a partir de 6 anos e vemos como elas estão motivadas, dando o melhor de si. Agora, elas fazem até aulas de jazz para conquistarmos uma dança mais cadenciada”, conta o professor Fábio, que atuou por muitos anos em Arujá e agora retorna com orgulho.

A fanfarra, por sua vez, recebe crianças a partir dos 8 anos — idade recomendada para suportar o peso dos instrumentos. O uniforme do corpo musical foi herdado da antiga fanfarra, criada pelo maestro Henri, mas a equipe agora busca apoio para confeccionar trajes para o corpo coreográfico.

Com 12 anos de trajetória, iniciada na antiga ONG Viva Arujá (hoje Instituto), o maestro Ulisses celebra a nova fase com esperança e gratidão: “Estamos todos empenhados e muito entusiasmados. A fanfarra é mais que música: é um projeto social que tira adolescentes das ruas, dá disciplina e mostra que é possível conquistar algo pelo esforço.”

O secretário de Cultura, Rogério da Padaria, reforça que o projeto tem o apoio total do prefeito Luis Camargo. “Arujá sempre foi referência em bandas e fanfarras. Hoje temos uma Banda Sinfônica que nos enche de orgulho sob a regência do maestro Mateus Samorano, e agora vamos estruturar também nossa fanfarra. Isso é cultura, é vida, é integração. É tão bom que temos pais que ajudam diretamente nos treinos e nos bastidores.”

Mais do que um resgate musical, a Fanfarra Municipal de Arujá representa uma nova batida no coração cultural da cidade — onde cada passo, cada nota e cada gesto coreografado carrega o sonho coletivo de um futuro com mais arte, pertencimento e esperança.

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