Polícia Civil de Arujá Localiza Clínica Clandestina para Dependentes Químicos no Bairro do Copaco
A Polícia Civil de Arujá localizou, com base em uma denúncia anônima, uma clínica clandestina voltada para dependentes químicos no bairro do Copaco. A instituição, chamada “Novo Tempo”, funcionava em duas chácaras alugadas nos números 10 e 12 da Rua Granito.
Durante a operação, foram encontradas 30 pessoas — todos homens, com idades entre 17 e 60 anos. Apesar das instalações rústicas, os internos estavam em boas condições de saúde e negaram qualquer tipo de maus-tratos.
A Vigilância Sanitária e o Instituto de Criminalística de Guarulhos foram acionados para realizar vistorias nas dependências da clínica, que foi interditada em ambos os locais. Todos os internos foram levados à Delegacia de Polícia de Arujá, onde foram ouvidos pelo delegado Dr. Rogério. Dois internos, que falaram com o Jornal de Arujá, relataram que haviam sido encaminhados por suas famílias com o desejo de se livrar do vício. Eles afirmaram que não pagavam mensalidades, mas que, em algumas ocasiões, as famílias contribuíam com cestas básicas ou uma ajuda de custo, conforme a possibilidade.
O responsável pela clínica, Dario Aparecido Reis, também conversou com nossa equipe. Ele explicou que o local funciona no bairro há cinco anos, e a falta de documentação regular se deve às dificuldades financeiras que enfrenta. “Fui liberto das drogas em 1996 e, desde então, me sinto chamado para esse trabalho. Sou empreendedor e faço captação de doações para manter o trabalho aqui. A proposta é ajudar aqueles que querem sair do vício, mas cujas famílias não podem pagar. Aceitamos doações das famílias, mas na quantia que elas puderem”, afirmou.
A denúncia recebida pela equipe do escrivão André e da investigadora Margarida indicava que as pessoas eram mantidas em condições precárias, recebendo comida estragada e sem higiene adequada. No entanto, durante a vistoria, foi constatado que os alojamentos estavam limpos e organizados. A única exceção foi a cozinha, onde foi encontrada uma geladeira em condições precárias, com comida destapada e sinais de deterioração, como larvas brancas em um dos potes, indicando que o alimento estava impróprio para consumo.
O investigador Alberto, responsável pela investigação, ouviu todos os internos e segue apurando as condições de atendimento no local, além de investigar possíveis irregularidades, como exploração de trabalho. O resultado dos laudos do Instituto de Criminalística de Guarulhos também está sendo aguardado.
Em relação aos internos, aqueles com familiares serão reintegrados às suas famílias. Os demais serão encaminhados a instituições legais pela Secretaria de Assistência Social de Arujá, com o Conselho Tutelar ficando responsável pelo encaminhamento dos adolescentes.
A operação destaca a importância das denúncias da comunidade no combate a práticas clandestinas e na garantia dos direitos fundamentais de pessoas em situação de vulnerabilidade.