A Câmara Municipal de Arujá aguarda, a qualquer momento, ainda nesta quarta-feira (23) a decisão da Justiça local sobre o último recurso impetrado pela defesa do vereador Renan de Arujá sobre o processo que tramitou em julgado com uma sentença condenatória com base na Lei Maria da Penha. Caso a alegação documentada pela defesa de que o processo se encontra com seu prazo prescrito não seja acolhida pela 1ª Vara Cível, o Conselho de Ética da Câmara tomará as providências para o seu imediato desligamento.
De acordo com nota emitida anteontem, a presidência da Câmara Municipal foi oficialmente comunicada no dia 17 último, por um email do Tribunal Regional Eleitoral sobre o trânsito em julgado da sentença condenatória do vereador. O objetivo do Conselho de Ética no aguardo desta decisão é amparar da melhor forma a decisão do colegiado, já que se trata de um representante do povo, legitimamente eleito.
Na manhã de hoje o vereador concedeu entrevista ao Jornal de Arujá e se disse pronto a deixar seu gabinete caso a Justiça mantenha sua condenação, mas deixou claro que considera injusta a maneira como o casso vem sendo tratado por algumas pessoas como se ele fosse um agressor de mulheres. Renan falou de sua gratidão para com os colegas vereadores que vêm tratando do caso com toda prudência que a situação requer e sem sensacionalismo.
Entenda o caso
Em 2016, na emoção de um desentendimento com a filha mais velha Renan, que ainda não era vereador, teria agredido a moça. “Ela me desacatou com palavras desrespeitosas porque eu insistia em que ela precisava concluir a faculdade e não entrar num relacionamento sério com alguém que, na época, eu desaprovava. Eu nunca bati em minha esposa e nem em qualquer outra mulher, mas naquela ocasião eu perdi a cabeça e pessoas de fora, aproveitaram aquele momento que a minha filha estava vulnerável e a levaram para a Delegacia a fim de fazer o boletim de ocorrência. Ela fez, mas depois se arrependeu, pediu desculpas e nós nos perdoamos. Hoje temos o melhor relacionamento, tanto ela como o meu genro, que é o mesmo da época e os meus dois netos que são a minha alegria. Tudo foi resolvido, só que o processo continuou”, explicou.
“Eu agi como pai, mesmo do jeito errado, estava tentando disciplinar minha filha, da mesma forma que minha mãe fez comigo e meus irmãos em tantas ocasiões. Eu amo cada um dos meus quatro filhos e na época em que isso aconteceu trabalhava em dois empregos para bancar os estudos deles e ônibus fretado para a faculdade. Hoje três dos meus filhos são formados em curso superior e a caçula, que conquistou sua bolsa de estudos, termina sua faculdade de jornalismo no ano que vem”, acrescentou.
“Não sou agressor de mulheres e minha própria filha explicou isso em seu depoimento, ela fez carta de próprio punho e encaminhou para minha advogada na época, pedindo o arquivamento do processo, só que eles não foram encaminhados pela defesa na época e prazos foram perdidos”, desabafou Renan.
Se for desligado nesta circunstância, ele ficará inelegível por 08 anos. “Será lamentável, porque tudo não passou de uma situação em família que pode acontecer com qualquer pai e que foi resolvida assim que os ânimos se acalmaram. Se eu deixar de ser vereador, continuo a mesma pessoa, vou continuar minha vida como comerciante e dentro do possível estarei atento às necessidades da minha comunidade e ajudar como puder. E o mais importante é que tenho minha família toda do meu lado e que Deus sabe de toda a verdade”, concluiu.