Com 442 páginas e muito bem documentado com fotos e mapas, o livro “A Imigração Japonesa em Arujá”, produzido pelo professor Cláudio Soares de Sousa e pelo sociólogo João Machado, será lançado nesta quinta-feira (18) no Kaikan. A obra publicada pela Editora Scortecci retrata a saga de um povo em busca e um sonho, relatando a história e o legado das famílias imigrantes que foram pioneiras na fundação da colônia numa época em que Arujá ainda era um distrito de Mogi das Cruzes.
Em entrevista ao Jornal de Arujá, o sociólogo João Machado, que é autor de outros 15 livros, um deles sobre a imigração japonesa no Brasil, destacou que a pesquisa para a realização desta nova obra foi desafiadora, sendo necessário estabelecer a rota inicial das famílias por várias outras regiões dentro e fora do Estado de São Paulo.
“Esses imigrantes não vieram diretamente para Arujá, muitos se concentraram primeiramente em Pindamonhangaba, Brejão, Itaquera para depois se estabelecerem em Arujá. Eu e o professor Claudio tivemos que ampliar nossa pesquisa incluindo os Estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso para confirmar a chegada ao Brasil dos imigrantes que acabaram se fixando em Arujá e que constituíram a colônia construindo o Kaikan, que é a sua Associação Cultural. Esses imigrantes ingressaram no Brasil em 1718, portanto, 11 anos depois do primeiro navio de imigrantes que foi o Kasato Maru em 1907”, afirmou João Machado.
As 36 famílias que se fixaram em Arujá nesta época estão retratadas nesta obra. O trabalho que realizavam, a jornada com os filhos e seu relacionamento com as comunidades. A obra ressalta a visita de Naoe Ogasawara ao então distrito de Arujá em 1929, onde Hirayoshi Amano, que ele conhecera em Itaquera, já obtinha sucesso com a plantação de tomates. Ele resolve se estabelecer e junto com o amigo passam a produzir tomates em escala comercial e posteriormente iniciam também a produção de batatas, pêssegos e caquis.
O livrro mostra como outros compatriotas vieram para Arujá e sob a liderança de Ogasawara passaram a investir na Avicultura, se aventurando na abertura de granjas. “A pesquisa foi extensa, ouvimos pessoas relacionadas a cada uma das 36 famílias. Infelizmente muitos familiares já faleceram ou se mudaram daqui, mas conseguimos documentar muito bem a saga desses pioneiros e seu grande legado à história de Arujá. Eu diria que é impossível contar a história de Arujá sem passar pelos imigrantes japoneses” ressalta o sociólogo João Machado, agradecendo a todos quanto colaboraram com informações e fotos de acervo.
O livro, prefaciado por Julio Taikan Yokoyama, mostra as iniciativas da colônia japonesa em prol da educação, cultura e lazer, passando pela fundação do Kaikan, Pl Golf Club, Perfect Liberty, Gecebs, entre outras instituições, bem como os momentos de sofrimento e aflição vividos pelos imigrantes japoneses durante o período da I Guerra Mundial quando foram injustamente hostilizados. A obra passa também pela construção da Via Dutra, que se tornou o primeiro marco de progresso para o distrito, que em 1959 se tornaria o município de Arujá.
A cerimônia de lançamento da obra, que deve contar com autoridades locais e da região, bem como a possível presença do Cônsul do Japão, tem início ás 19h00.
Serviço
Lançamento da Obra literária “A Imigração Japonesa em Arujá”
18 de julho de 2024
Das 19h00 às 22h00
Local: Associação Cultural de Arujá (Kaikan)
AV. Adília Barbosa Neves, 887- Jordanópolis