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Homem que atropelou noivo no dia do casamento nega alta velocidade


A Justiça do Rio de Janeiro interrogou, nesta quarta-feira(28), o influenciador Vitor Vieira Belarmino que atropelou e matou, em julho do ano passado, o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, que tinha acabado de se casar.

Os recém-casados tinham deixado as malas no hotel e atravessavam a Avenida Lúcio Costa para dar um passeio na praia no Recreio dos Bandeirantes, quando foi atingido pela BMW de Belarmino e morreu na hora. A esposa, Bruna Villarinho, não ficou ferida no acidente.

Na audiência, presidida pela titular da 1ª Vara Criminal da Capital, juíza Alessandra Roidis, Belarmino negou que estivesse dirigindo em alta velocidade no momento do atropelamento.

Durante o interrogatório, que durou 1h20, o réu afirmou que seguia em direção à praia, dirigindo sua BMW, com a amiga Amanda Camargo e Silva no banco da frente e quatro amigas de Amanda no banco de trás do veículo: Débora Letícia Paz, Karolayne Ferreira, Mirelly Campos e Júlia de Sousa. Ele afirmou que, em momento algum, durante todo o dia, tivesse ingerido bebida alcoólica.

No interrogatório o influenciador declarou que, ao desviar para a pista da esquerda da Avenida Lúcio Costa para ultrapassar uma moto, se surpreendeu com o casal atravessando a pista, a cerca de 20 a 30 metros do veículo.

“Eu lembro que estava na pista da direita, a aproximadamente a 60 km por hora, quando resolvi ultrapassar uma moto e acelerei. Neste momento, o casal surgiu a cerca de 20 a 30 metros à frente. Freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda, em direção ao canteiro, mas havia carros estacionados e também tentei não bater neles”, disse.

Vitor alegou que chegou a parar o carro mais à frente para prestar socorro. Mas, no momento, verificou que começaram a chegar pessoas para socorrer a vítima e ficou com medo de ser agredido, tendo, então, seguido viagem.

“Após atingir a vítima, fiquei desesperado e não sabia o que fazer. As meninas começaram a gritar e parei o carro mais à frente com a intenção de prestar socorro. Mas vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui. As meninas continuaram gritando, pedindo para parar para elas saltarem e eu parei e elas saíram.”

Belarmino disse, no interrogatório, que foi para casa, em um condomínio na zona oeste do Rio, pegou outro carro e levou o irmão, que estava em sua casa, para a residência da mãe, em Campo Grande. Ele disse que, no dia seguinte, sua mãe ligou, tentando convencê-lo a se apresentar na delegacia, mas, como ele viu que já tinha sido expedido um mandado de prisão, resolveu não se entregar..

Vitor afirmou que, no momento do atropelamento, o carro deveria estar a 80 km/h.  Contudo, ao ser questionado pela promotora Flávia Maria de Moura Machado sobre a velocidade que estava antes de começar a frear o veículo, no momento que avistou o casal, Vitor não soube responder.

Ao ser questionado sobre a razão de ter decidido se entregar, após permanecer foragido por 10 meses, Vitor respondeu que somente agora a imprensa estava divulgando informações sobre o fato que considera “verdadeiras”.

“Foram divulgadas várias notícias com informações falsas sobre o ocorrido. Agora, estão aparecendo fatos mais verdadeiros, revelados pela imprensa, diferente das mentiras que circularam também nas redes sociais”, disse.

Quando a magistrada perguntou se o depoente gostaria de dar mais alguma informação, Vitor revelou estar surpreso por ser acusado de homicídio doloso [quando há a intenção de matar].

“Eu fiquei muito surpreso quando soube que estava sendo acusado por homicídio doloso, pois vejo na imprensa outros acidentes piores, que são classificados como homicídios culposos”, avaliou.

Ao final da audiência, a defesa de Vitor requereu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares menos gravosas. O Ministério Público se manifestou contrariamente e os autos seguiram conclusos para decisão do juízo em relação ao requerimento.

Apesar de ter negado, no depoimento, que não dirigia em alta velocidade, o acidente foi registrado por uma câmera de segurança,e  testemunhas disseram à polícia que o carro estava em alta velocidade e que o influenciador dirigia de forma perigosa. De acordo com a polícia técnica, os peritos confirmaram que Vitor estava a 109 quilômetros por hora (km/h), quando a velocidade na orla é de 70 km/h”.


Crédito da Matéria:
Conteúdo via Agência Brasil

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